Importar por via marítima é, em muitos casos, a forma mais eficiente de trazer grandes volumes com mais previsibilidade, mas como saber qual é de fato o custo total da importação marítima já que o preço que aparece na proposta do fornecedor é só o começo, uma vez que o custo real se forma ao longo de toda a jornada, do porto de origem ao seu estoque?
Por isso que, para evitar surpresas, é essencial entender como diferentes componentes acabam compondo o custo total da operação.
Neste artigo, você verá como organizar esse passo a passo, identificar o que entra (e o que não entra) em cada conta e montar uma previsão realista antes de fechar o embarque.
Por que é importante fazer o levantamento de custos antes da importação?

A falta de planejamento financeiro é um dos erros mais comuns — e mais caros — em operações de importação.
Muitas empresas se preocupam apenas com o valor da mercadoria e o frete, ignorando tributos, taxas, serviços e custos logísticos que aparecem no caminho.
O resultado? Margens corroídas, preços de venda inviáveis, problemas com fluxo de caixa e até mercadorias paradas por falta de recursos para liberação aduaneira.
Quer dizer, fazer o levantamento completo dos custos da importação marítima antes do início da operação permite saber exatamente quanto a operação vai custar e se ela realmente compensa.
Ademais, a classificação fiscal, a origem do produto e o uso de benefícios fiscais impactam o total dos tributos recolhidos.
Além disso, esse planejamento reduz riscos fiscais e operacionais, pois antecipa exigências como licenças de importação, classificação correta de NCM e possíveis custos adicionais com armazenagem ou inspeções.
Em resumo: quem planeja, economiza e importa com mais segurança.
O que deve ser considerado ao calcular o custo total da importação marítima
Calcular o custo total da importação marítima exige uma visão detalhada de todo o processo, da aquisição do produto junto ao fornecedor no exterior até a entrega final.
Isso significa considerar não apenas o valor da mercadoria, mas também todas as despesas envolvidas: frete internacional, seguro, impostos, taxas portuárias, custos aduaneiros, transporte interno e serviços operacionais.
Aliás, esses elementos variam conforme o tipo de produto, a origem da carga, o Incoterm negociado e até o porto de entrada no Brasil. Por isso, é essencial organizar o cálculo por etapas, com atenção a cada ponto que impacta o valor final da operação.
Nos próximos tópicos, vamos detalhar cada um desses componentes para que você possa montar um cálculo completo, seguro e realista da sua importação.
Identificar o valor FOB da mercadoria importada
Em primeiro lugar, para calcular os custos da importação marítima é preciso identificar o valor FOB (Free On Board) da mercadoria.
Esse valor representa o custo do produto já embarcado no navio, no porto de origem, sem incluir o frete internacional e o seguro. E é fundamental porque serve de base para o cálculo do valor aduaneiro, sobre o qual incidem diversos tributos no Brasil.
Então, ao negociar com fornecedores internacionais, é importante verificar se o preço informado está mesmo no formato FOB ou se já inclui outros componentes (como frete ou seguro). Uma confusão aqui pode gerar distorções no custo final, já que o Incoterm da operação será outro.
Além disso, esse valor deve estar documentado corretamente na fatura comercial (invoice), pois será analisado pela Receita Federal durante o processo de despacho aduaneiro.
Incluir os custos com frete internacional marítimo e seguro de carga

Já o frete internacional varia conforme o tipo de carga, o porto de origem e destino, a sazonalidade, a cotação do combustível e o armador escolhido.
Enquanto o seguro da carga, embora muitas vezes negligenciado, é essencial para proteger o importador contra perdas, avarias ou extravios.
Seja como for, ambos devem ser calculados com precisão e integrados ao custo aduaneiro (CIF) quando aplicável.
Lembrando que, dependendo do Incoterm negociado, o frete e o seguro podem ser responsabilidade do exportador ou do importador.
O ideal é sempre ter clareza sobre quem assume o quê no contrato de compra, e isso é definido pelo Incoterm que você negocia para a operação na hora da compra.
Apurar os tributos incidentes na importação
No Brasil, a carga tributária sobre importações é alta e exige atenção especial. Os tributos mais comuns são:
- Imposto de Importação (II);
- Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI);
- PIS-Importação;
- COFINS-Importação; e
- ICMS (que varia conforme o estado de destino)
A base de cálculo de cada um desses tributos pode envolver o valor da mercadoria, o frete, o seguro, e outros custos aduaneiros.
Ademais, a correta classificação fiscal (NCM), a origem do produto (acordos comerciais) e o possível uso de benefícios fiscais ou regimes aduaneiros especiais também impactam diretamente o valor total dos tributos que o importador recolhe.
Por isso, é essencial contar com apoio especializado para não errar nesse ponto.
Incluir as despesas aduaneiras

Além dos impostos, existem outras despesas que fazem parte do processo de nacionalização da carga e que precisam ser incluídas no cálculo total. Entre elas estão:
- Taxa de Utilização do Siscomex;
- Honorários do despachante aduaneiro;
- Armazenagem alfandegada no porto;
- Taxas de movimentação da carga no terminal (THC / Capatazia);
- AFRMM (Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante); e
- Vistorias ou fiscalizações adicionais, quando aplicáveis.
Esses custos variam conforme o porto de entrada, o tipo de carga e a eficiência do processo de despacho aduaneiro. Atrasos na liberação da carga, por exemplo, podem gerar custos extras de armazenagem ou demurrage.
Portanto, além de considerar esses valores no planejamento, é importante buscar agilidade e organização documental para evitar penalidades.
Apurar os custos administrativos e operacionais
Na rotina de importação, há também uma série de custos indiretos que, embora menos visíveis, impactam diretamente o valor final da mercadoria.
Entre eles estão os custos administrativos internos da empresa (como pessoas, tempo, sistemas), taxas de câmbio e tarifas bancárias para o fechamento de câmbio e serviços de consultoria ou auditoria.
Outro ponto importante são os gastos com a emissão de documentos obrigatórios — como certificados de origem, licenças de importação, registros em órgãos anuentes — que muitas vezes exigem traduções juramentadas ou autenticações.
Ignorar esses valores, sem dúvidas, comprometem a margem de lucro sem que o importador perceba de onde veio o desequilíbrio.
Considerar os custos logísticos internos
Após a nacionalização, a carga ainda precisa chegar ao destino final. Isso envolve transporte rodoviário, possíveis transbordos, armazenagem temporária, seguro interno e eventuais despesas de manuseio.
E dependendo da localização do importador e do porto utilizado, esses custos podem representar uma parcela significativa do custo total da operação.
Além disso, é importante levar em conta a necessidade de estrutura logística para receber a carga — seja um armazém próprio, um operador logístico terceirizado ou infraestrutura para movimentação interna.
Por fim, o tempo de entrega, a segurança e o controle sobre o processo logístico também devem ser considerados, principalmente se a mercadoria for perecível, frágil ou de alto valor agregado.
Calcular o custo total da importação
Depois de reunir todas as informações anteriores, o importador deve reunir os dados para calcular o custo total da importação marítima.
Ou seja, a soma de todos esses componentes permite entender o custo real do produto posto na empresa, o que é essencial para definir o preço de revenda com margem saudável.
Com esse controle, o importador pode avaliar a viabilidade da operação, comparar propostas de diferentes fornecedores, prever impacto no fluxo de caixa e até simular alternativas para a redução de custos — como a utilização de regimes aduaneiros especiais, benefícios fiscais ou até mesmo a escolha de modais logísticos mais vantajosos.
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