No comércio exterior, cada decisão tomada carrega implicações que podem determinar o sucesso ou o fracasso de uma operação. Entre essas escolhas, a escolha do porto de destino é, muitas vezes, subestimada por empresas que priorizam apenas o preço imediato do frete marítimo ou a proximidade geográfica do terminal em relação ao importador.
Porém, na prática, o impacto vai muito além disso: selecionar o porto correto significa alinhar custos, reduzir riscos, otimizar prazos e até mesmo garantir maior previsibilidade no fluxo de caixa da operação.
O porto não deve ser visto apenas como um ponto de descarga de mercadorias, afinal, ele define rotas rodoviárias ou ferroviárias subsequentes, influencia a disponibilidade de serviços logísticos de apoio e pode ser decisivo no cálculo do custo total da operação de importação.
Assim, compreender como a escolha do porto de destino impacta os custos logísticos é o que você irá encontrar ao longo deste texto.

O peso dos custos logísticos no comércio exterior
Antes de analisar o papel do porto em si, é necessário entender a representatividade dos custos logísticos dentro de uma operação de comércio exterior.
Esses custos englobam muito mais do que o valor pago pelo frete internacional. Incluem despesas com transporte interno (do porto até as instalações do importador), taxas portuárias, armazenagem alfandegada, e até mesmo acesso a possíveis benefícios fiscais.
Só para se ter uma ideia, de acordo com dados divulgados pelo Instituto de Logística e Supply Chain (ILOS), em 2023, os gastos com logística no país representaram 18,4% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro, com o transporte representando 9,3% do PIB. Diante desse cenário, a definição do porto de destino acaba assumindo um papel importante, já que dependendo da escolha do terminal, os custos logísticos totais de uma operação podem aumentar ou, quando bem planejados, gerar economias expressivas.
Quais são os custos portuários diretos?
Cada porto possui sua própria estrutura tarifária, e esses custos incluem:
- THC (Terminal Handling Charge): taxa de movimentação da carga dentro do terminal.
- Armazenagem portuária: valores cobrados pelo tempo e que a carga permanece no porto até o seu efetivo desembaraço aduaneiro.
- Serviços adicionais: inspeções, pesagens, escaneamentos e outros serviços necessários.
Ao comparar dois portos diferentes, a variação dessas tarifas pode parecer pequena em um primeiro momento, mas em operações de grande volume a diferença pode se tornar significativa.
Impacto da localização do porto
A localização geográfica do porto de destino influencia diretamente os custos subsequentes da operação. Um porto mais próximo das instalações do importador pode reduzir drasticamente os gastos com o transporte interno.
Entretanto, nem sempre o porto mais próximo é o mais econômico. Na escolha do porto de destino também deve ser considerado:
- A qualidade das estradas ou ferrovias que conectam o porto ao destino da carga. Uma rota mais curta, mas com alto índice de congestionamento ou má condições de infraestrutura, pode gerar atrasos e maiores custos operacionais;
- O custo com combustível e pedágios ao longo do trajeto;
- Os portos localizados em estados que oferecem benefícios fiscais também precisam ser considerados, mesmo que o porto fique mais distante do destino da carga, mas sempre analisando se a redução de custos com a carga tributária irá compensar as despesas geradas com o transporte interno.
Dessa forma, uma análise logística criteriosa pode mostrar que optar por um porto aparentemente mais distante, às vezes, pode ser a alternativa mais viável quando se coloca “na ponta do lápis” todos os custos envolvidos na operação, incluindo possíveis reduções de carga tributária.
Capacidade operacional e eficiência do porto
Outro fator que impacta diretamente os custos logísticos é a eficiência operacional de um porto. Terminais sobrecarregados ou com baixa produtividade tendem a gerar atrasos na descarga, filas de caminhões para coleta da carga e até custos extras de armazenagem alfandegada.
Elementos que também devem ser considerados na escolha do porto de destino são:
- Tempo médio de liberação de cargas: portos mais ágeis reduzem custos com armazenagem alfandegada e aumentam a previsibilidade da operação.
- Nível de automação dos terminais: portos modernos, com sistemas digitalizados e movimentação automatizada, conseguem operar com mais velocidade e menos falhas.
- Histórico de greves ou paralisações: esse é um risco real que pode onerar custos indiretos por atrasos.
Portos eficientes permitem que as empresas reduzam custos ocultos, muitas vezes ignorados no planejamento, mas que comprometem a margem de lucro.
Principais estratégias para a escolha do porto de destino
Para reduzir riscos e aumentar os ganhos ao escolher o porto de destino, algumas estratégias podem ser aplicadas, como:
Mapear portos alternativos
Ao ampliar o olhar e considerar portos alternativos, as empresas conseguem acessar condições mais vantajosas.
Essa análise comparativa não se resume a identificar os portos mais próximos, mas sim compreender as variáveis que envolvem cada opção.
Questões como tempo médio de atracação dos navios, custos de armazenagem alfandegada, eficiência na liberação aduaneira, redução da carga tributária por meio de benefícios fiscais regionais, conexão com modais rodoviário, ferroviário ou hidroviário e boa infraestrutura para o transporte interno são fatores que podem influenciar decisivamente o resultado final da operação.
Um porto alternativo, mesmo localizado a uma distância ligeiramente maior, pode representar uma economia expressiva quando somados todos os custos envolvidos.
Calcular o custos total de ponta a ponta das opções encontradas
Ao calcular os custos total de ponta a ponta, deve ser considerado nesse processo de cálculo, tanto as variáveis diretas, como taxas fixas cobradas pelo porto e o transporte interno, mas também os custos indiretos, como tempo de trânsito e riscos de gargalos operacionais.
As empresas que realizam essa análise de forma sistemática conseguem visualizar cenários comparativos e identificar onde está a real vantagem competitiva.
É a partir dessa avaliação que se pode tomar uma decisão racional sobre a escolha do porto de destino, priorizando não apenas o menor custo imediato, mas o equilíbrio entre preço, tempo e previsibilidade.
Negociar as tarifas com terminais portuários
Além de tudo, é importante negociar as tarifas praticadas pelos terminais portuários, já que elas nem sempre são fixas ou inegociáveis.
As empresas que possuem volumes consistentes de movimentação e histórico de relacionamento podem, ter maior poder de barganha na hora de estabelecer condições diferenciadas.
Essa negociação, quando bem conduzida, consegue diminuir o impacto direto das despesas, principalmente com a armazenagem alfandegada nos custos logísticos de uma operação.
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