Quando o tema é importação, uma das maiores preocupações das empresas são as longas etapas e processos burocráticos que devem ser considerados. Contudo, para que estes processos funcionem em uma cadeia de suprimentos global, como é o comércio internacional hoje em dia, alguns fatores devem ser considerados. Um desses fatores é o lead time na importação.
É preciso elaborar uma análise do processo de forma integral, levando em conta a capacidade dos fornecedores em atender o pedido de compra formalizado, os fusos horários diferentes e outras barreiras burocráticas que podem elevar o tempo de espera da importação.
Continue lendo para compreender mais sobre este tema.
O que é lead time?
O termo lead time na importação se refere ao tempo de espera do produto. Trata-se do período que vai desde o início de uma operação, a partir do recebimento de um pedido, sua preparação até a entrega no destino final.
O lead time é um indicador de desempenho utilizado para analisar as métricas de importação. Ele é determinante para a cadeia logística e auxilia a reduzir custos na hora de importar.
Ao analisar o lead time de uma importação, é necessário compreender o processo de produção, para que os gargalos da cadeia de suprimentos sejam identificados e corrigidos. Quando o processo de importação inclui diversos fornecedores e diversos países, a necessidade de compreender o lead time na importação torna-se imprescindível para uma harmonização do processo logístico.
Lead time X Transit time
É importante saber a diferença entre os termos lead time e transit time. Transit time é o tempo de trânsito, diferentemente do lead time. Assim, transit time é um indicador se refere apenas ao período gasto na transferência de produtos da origem até o destino.
Por outro lado, o termo lead time demarca um processo pontual da importação e pode incluir diversas etapas do processo além do transit time, por abranger uma cadeia maior.
Em suma, a maior diferença entre os dois é que o objetivo do lead time na importação é a prevenção contra possíveis desperdícios ou atrasos, o que traz um controle maior dos processos e gargalos da operação.
Como calcular o lead time?
Para realizar o cálculo do lead time, é necessário considerar o tempo de fabricação de cada item do pedido.
Além disso, no meio internacional, deve-se observar as particularidades de cada fornecedor. Por exemplo, se um insumo parte do Japão ou da China, é importante ter em mente o horário de trabalho, os prazos e os feriados nacionais desses países. Ter esse controle evitar que ocorra um atraso geral na produção.
Após verificar os fornecedores, é preciso se atentar aos prazos. Afinal, os itens com maior prazo de entrega devem ser supervisionados com cautela ou separados para estoque como uma forma de encurtar o lead time na importação.
Além disso, o transit time, ou seja, o prazo que o produto leva para chegar ao cliente final deve ser contabilizado.
Outro ponto a ser considerado é o tipo de transporte escolhido na operação, já que o tempo de trânsito somado aos prazos de entrega dos fornecedores, a fabricação ou montagem e o envio ao cliente resultam no lead time completo.
Lead time da importação marítima
A escolha do modal é extremamente importante para que o lead time seja cumprido na importação.
O modal marítimo, por exemplo, é o mais comumente utilizado, pois contém espaço para transportar mais itens. Porém, o transit time da origem ao destino pode ser longo.
Inicialmente, deve-se conferir todos os documentos do embarque, incluindo a classificação da carga. Em seguida, a documentação completa é enviada ao importador.
Após a saída do navio, algumas alterações podem ser realizadas na documentação, como no Conhecimento de Embarque (Bill of Lading), porém essas alterações devem ser feitas de forma pontual.
No instante em que a carga chega no Brasil, existe a responsabilidade de nacionalizá-la, descarregá-la e então devolver o contêiner vazio ao armador. Este período de tempo entre a chegada da carga e a entrega do contêiner é conhecido como free time. No caso da importação marítima, o prazo aplicado é, em média, de 30 dias de transit time, mas pode variar de acordo com o tipo de contêiner e a companhia marítima.
Existem vantagens e desvantagens na importação marítima, algumas das vantagens a serem consideradas são o custo reduzido do frete e o menor impacto no ambiente. Por outro lado, algumas das desvantagens são o prazo e as possíveis dificuldades no percurso.
Lead time da importação aérea
O lead time na importação aérea é diferente, pois este modal possui um prazo menor para sua conclusão. Em média, o seu transit time não ultrapassa 10 dias, o que encurta o processo como um todo.
Para que a importação aérea seja liberada, é necessário que haja a Commercial Invoice ou Fatura Comercial, o Air Waybill ou Conhecimento de Embarque Internacional, a Licença de Importação, o Romaneio de Carga e a Declaração de Importação.
Além disso, é necessário classificar a carga de forma correta é necessária, além de providenciar o pagamento do numerário da importação correspondente.
Quando a carga chega no Brasil, o embarque é encerrado e assim, registra-se a Declaração de Importação. Além disso, cada etapa deste processo conta com lead times específicos, que devem ser observados.
As vantagens da importação aérea são o tempo curto e as condições favoráveis para tipos de carga mais frágeis. Entretanto, uma desvantagem é o custo do frete, que é superior ao modal marítimo.
Como o lead time impacta no processo de importação?
O lead time é importante para o processo de importação pois, quando este indicador se encontra em controle, significa que os processos estão indo bem. Consequentemente, o lead time é menor.
Entre os pontos importantes para a redução do lead time na importação, temos:
- classificação fiscal dos itens: a classificação fiscal deve ser feita corretamente, com o intuito de evitar transtornos no processo;
- emissão da Licença de Importação (LI) junto aos órgãos anuentes: é preciso observar o prazo junto ao órgão anuente, como a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Os órgãos podem aceitar ou não a licença de importação;
- registro na OEA: um outro fator que pode favorecer as importações e reduzir o lead time é a obtenção do registro OEA (Operador Econômico Autorizado). Este registro traz para a empresa o benefício de realizar o processo de desembaraço aduaneiro de forma ágil.
Ruptura de estoque
A ruptura de estoque pode representar um grande problema na cadeia produtiva. Ela ocorre quando há uma falta de produtos para suprir as demandas, impactando outros processos. A fase mais crítica acontece quando a falta fere a relação com o cliente.
A ruptura de estoque pode ocorrer por diversos motivos, como demora no fornecimento da mercadoria, falta de planejamento da importação do item e outros fatores externos, como avaria da carga e até cálculo incorreto do estoque.
Custos extras na demurrage ou sobrestadia
O atraso no transporte marítimo pode resultar em uma despesa de sobrestadia de contêiner. Essa taxa se chama demurrage, que se refere ao uso prolongado do contêiner, e assim o custo é gerado por excesso de estadia.
Em suma, esta é uma multa na qual o armador recebe por diária ou por hora pelo atraso do contratante em devolver o equipamento dentro do prazo estipulado.
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