Para os profissionais do comércio exterior, seja na importação, seja na exportação, trabalhar pensando no planejamento dos processos é parte da rotina. Sem planejamento, nada funciona. Portanto, vamos entender um pouco mais sobre a importação LCL, bem como as vantagens e as etapas desta modalidade.

Ao falarmos em logística de transporte, o bom funcionamento de toda a cadeia vem se tornando um fator crucial. Planejar embarques não pode ficar fora deste processo, pois este é um dos pilares que sustentam a cadeia logística.

Planejar custos, evitar desperdício de tempo, sempre pensando no aumento da eficiência do processo é um grande desafio que vivemos em um mundo cada vez mais competitivo. Dominar as diversas modalidades de frete na importação igualmente contribui para o sucesso de todo processo. Acompanhe.

Por que importar na modalidade LCL?

Em toda importação, independentemente da modalidade de frete escolhida, é essencial considerar a eficiência, que é a chave para alcançar o sucesso desejado. Por isso, para os profissionais do comércio exterior, dominar diferentes conceitos sobre o conjunto de operações é sinônimo de fazer escolhas acertadas no futuro.

Assim como em qualquer área do comércio exterior, a situação nos embarques via modal marítimo não é diferente.

Existem dois termos para abordar neste modal: FCL e LCL. Entendendo um pouco as siglas, FCL significa em inglês Full Container Load e LCL é a sigla para Less than a Container Load.

No FCL, o contêiner é todo utilizado apenas por um importador. Já no LCL, consolida-se o contêiner com outros importadores, pensando sempre no melhor aproveitamento de espaço interno.

Portanto, recomenda-se os embarques LCL para caixas ou pallets que não completam a metragem cúbica de um contêiner de 20 ou 40 pés.

Nesse sentido, o principal benefício da importação LCL é a redução de custos para quem não possui carga suficiente para completar o espaço inteiro de um contêiner. Afinal, o importador paga apenas pelo espaço que sua carga ocupar no equipamento, dividindo as despesas com outros embarcadores.

Em termos de flexibilidade, o LCL permite o embarque de volumes variados, inclusive de um único item, sendo essa modalidade vantajosa para quem precisa importar produtos com frequência, mas em quantidades menores, evitando a necessidade de esperar para completar um contêiner inteiro.

O que levar em conta no planejamento de uma importação LCL?

Existem vários pontos importantes a considerar em relação a essa modalidade de frete. Vamos falar um pouco a respeito:

Prontidão de carga

É sempre importante enfatizar e organizar com o exportador que o material deve estar pronto para entrega ao prestador de serviço de transporte alguns dias antes da data prevista para o embarque. Isso é necessário, porque os embarques LCL são mais restritos em termos de espaço e necessitam de tempo para serem consolidados com as cargas de outros embarcadores.

Organizando a data de embarque com o exportador e o embarcador, evitam-se surpresas com atraso no recebimento da carga na origem e possíveis custos extras.

Comunicação eficaz com os intervenientes da operação

Entender quais são os passos do embarque LCL para deixar todos os envolvidos bem alinhados com o processo é um fator muito importante.

Como existem muitas partes envolvidas, desde o exportador até o importador, é essencial ter um processo de comunicação claro e conciso para garantir que todos estejam na “mesma página”.

O primeiro passo é identificar todas as partes interessadas envolvidas na operação LCL. Isso pode incluir o exportador, o agente de carga, o consolidador, o transportador, o despachante aduaneiro e quaisquer outras partes envolvidas.

O passo seguinte é definir os canais de comunicação e informar sobre o andamento do processo, fornecendo atualizações regulares a todas as partes.

Custo de frete

Por se tratar de um embarque em contêiner consolidado com outras cargas, o custo do frete torna-se mais viável, uma vez que se fará o rateio desta despesa com os demais embarcadores. Sempre é bom ter conhecimento das taxas e possíveis custos extras característicos deste modal. Também vale lembrar que o embarque LCL é mais barato que um embarque aéreo. Porém, o transit time do LCL é mais longo do que o aéreo.

Dependendo da data de necessidade de recebimento da carga, deve-se considerar qual o melhor modal para a importação: aéreo ou marítimo LCL. Lembre-se que os custos de frete são um divisor de águas entre estes dois modais.

Vantagens da carga LCL

Normalmente indica-se esse modal para empresas que não possuem grandes volumes para completar um contêiner ou para o transporte de cargas spot ou de menor volume.

No entanto, ele também se torna viável para quem está iniciando no comércio exterior e ainda não tem volume para um embarque FCL.

Muitas vezes, o importador precisa embarcar pequenos volumes para testes ou para completar algum pedido que está em produção. Nesses casos, o embarque LCL evita o pagamento por um espaço no contêiner que não será completamente utilizado, minimizando custos extras na importação.

Saiba mais sobre a desconsolidação em uma importação LCL

Para entendermos mais sobre desconsolidação, primeiramente temos que compreender sobre consolidação de carga. Este processo é um dos mecanismos utilizados para reduzir os custos de transporte marítimo. 

A consolidação de uma carga acontece quando o transportador passa a informação de um agrupamento de diferentes cargas para um mesmo destino no exterior. Por outro lado, a desconsolidação de carga se refere à retirada e separação de mercadorias de um contêiner consolidado no exterior com diferentes cargas de vários embarcadores, utilizando um único conhecimento de carga.

A carga oriunda de importação, que chega em uma zona primária de porto brasileiro, é transferida para outro terminal alfandegado, zona secundária ou porto seco. Neste novo local, abre-se o contêiner consolidado com cargas de outras empresas e inicia-se a desconsolidação da carga, a fim de separar o que pertence a cada importador.

Leia mais: O que é e como funciona a desconsolidação de cargas importadas no contêiner compartilhado

Após a desconsolidação, os órgãos anuentes federais fazem as suas devidas vistorias e conferências de carga. Posteriormente, temos o despacho aduaneiro junto à Receita Federal. Por fim, após o desembaraço aduaneiro e o pagamento de todos os impostos devidos, a mercadoria será liberada para deixar o armazém alfandegado e ser devidamente transportada ao destino final.

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